08 janeiro, 2016

Católicos: são eles adoradores de imagens?



Matriz da Paróquia São Judas Tadeu - Petrópolis/RJ Foto: Davi Corrêa
Matriz da Paróquia São Judas Tadeu - Petrópolis/RJ
Foto: Davi Corrêa
Alguns acusam católicos de adorar imagens e fazem uso de fragmentos da Sagrada Escritura para dar embasamento às suas ideias. Caso semelhante aconteceu quando uma pessoa deixou algumas mensagens na fanpage do blog Sim, sou Católico no Facebook. Em sua mensagem, o indivíduo afirmava que os católicos são adoradores de imagens e caminham no erro e perdição por serem idólatras. Para dar credibilidade à sua acusação, ele tomou como justificativa o capítulo 44 do livro do profeta Isaías, dando ênfase a determinados versículos.

É certo que na Igreja católica existem muitas imagens sagradas, quadros religiosos e isso costuma gerar muita polêmica. Também se sabe que muitos católicos, por não saberem explicar ou se posicionar diante de tais acusações, ficam demasiadamente confusos. Entretanto, as respostas podem ser encontradas na Sagrada Escritura.



"Não farás escultura nem imagem alguma" e "não te prostrarás perante elas nem lhes darás culto", é o que se encontra no capítulo 20 do Êxodo (versículos 3 a 5). Ou seja, é uma ordem a não construção de ídolos. Mas, em contrapartida, o povo de Israel constrói um bezerro de ouro e o adora (Ex 32,8). Isto era o que Deus não queria que fosse feito, pois Ele é o único Deus e não o primeiro dentre outros deuses.



Deus não se contradiz


É Ele quem dá a permissão para a construção de imagens. Isso é feito, não para que estas sirvam de objeto de adoração, mas para que sejam sinais da presença do próprio Deus. Esta ordem pode ser encontrada em Êxodo 25, 10-22.

"Farás dois querubins de ouro" e eles "terão suas assas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada". Este é o fragmento de onde Deus dá as instruções para a construção da Arca da Aliança.

O que são as imagens?


Logo, as imagens não são elementos merecedores de honras divinas, apenas são sinal da presença de Deus, como dito anteriormente. Em outras palavras, são sinais sensíveis e visíveis da presença do Criador, pois Ele mesmo, em sua infinita sabedoria, é conhecedor de que o povo precisava e ainda precisa disso.



Ainda é possível constatar o fato com o capítulo 21 de Números, versículos 6-9. "Faze para ti uma serpente ardente e mete-a um poste. Todo aquele que for mordido, olhando para ela, será salvo" (Nm 21,8).

Simplificando a passagem bíblica, Deus mandou construir uma serpente de bronze e os que para ela olhassem seriam curados. Ora, não era a serpente que curava o povo, mas o próprio Deus.

Antigo e Novo Testamento


No Antigo Testamento, os textos proíbem de se fazer imagens devido ao risco de o povo cair na idolatria. Aquela serpente de bronze que havia sido construída, Ezequias mandou destruir (cf. 2 Re 18, 4) quando o povo começou a prestar culto a ela, esquecendo-se de Deus. Já os textos do Novo Testamento que falam dos ídolos se referem propriamente a ídolos adorados por pagãos, e não a simples imagens.

Com tudo isso, aquela proibição fixada no Antigo Testamento permanece vigente no Novo Testamento, tem o mesmo objetivo: guardar os filhos de Deus dos ídolos (cf. 1 Jo, 5,21), ou seja, aquilo que busca “substituir” Deus.

Sobre as imagens sagradas na Igreja, Padre Henry Vargas Holguín, em um artigo ao site Aleteia, escreve que "veneramos os santos porque eles merecem o nosso respeito, admiração e gratidão. Graças às suas imagens, nós os recordamos e, ao mesmo tempo, eles nos trazem à mente verdades religiosas de grande proveito espiritual, dizendo-nos algo relacionado com as suas vidas".

Concluindo o assunto


Quando a Igreja expõe imagens sacras, não está convocando os fiéis a adorá-las. Católicos não são adoradores de imagens e nem tais imagens buscam, de forma alguma, substituir Deus. Conforme explicado, elas não param em si mesmas, mas são sinais de Deus e seu uso nas catedrais, basílicas, santuários, matrizes paroquiais e capelas tem aquela finalidade dos querubins em torno da Arca da Aliança e as representações no Templo de Jerusalém: recordar que é local santo, casa de Deus.


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