23 março, 2012

Caridade: a principal virtude teologal




Todo ser humano já nasce com um desejo de praticar a bondade, desejo esse que é infundido por Deus em todos nós. E a este desejo, esta força que nos atrai ao bem, dá-se o nome de virtude.

As virtudes são então esta disposição constante que nos permite a prática do bem, a nós mesmos e aos outros, com todas as nossas forças, sensíveis e espirituais (CIC n. 1803).

Existem dois tipos de virtude, a saber: as virtudes cardeais e as teologais. O blog Sim, sou Católico traz a seguir algumas informações sobre as virtudes.





Virtudes cardeais


São as que nos proporcionam atitudes que nos fazem discernir o que é certo e o que é errado, ordenando nossas paixões e guiando-nos segundo a razão da fé[1].

Virtudes teologais


São as virtudes que nos ligam mais intimamente a Deus e que são infundidas em nós por Ele, junto com a graça santificante[2]. São três as virtudes teologais – fé, esperança e caridade – e das três a caridade é a principal, pois vivendo-a bem, são abertas as portas paras as outras.


Caridade


A caridade é a virtude teologal pela qual amamos a Deus (CIC n. 1822) como nosso supremo bem e ao próximo como a nós mesmos. Esse amor é uma das provas de que Deus está sempre conosco.

A caridade se manifesta de duas maneiras: de Deus para o homem; e do homem para Deus.

A caridade manifestada de Deus para o Homem


Os marcos do amor de Deus pelo homem estão espalhados por toda a história da humanidade, desde o princípio da criação. Deus cria o homem, não por precisar dele, mas “para fazê-lo participar de sua vida bem-aventurada” (CIC n. 1). Não obstante, Deus caminha sempre com o homem, protegendo-o e salvando-o.

O ápice do amor de Deus para com o homem, foi quando Ele enviou seu próprio filho para dar a vida por todos nós.

A caridade manifestada do homem para Deus


O homem por ser amado por Deus, deve corresponder sempre a esse amor.“ Se o homem existe, é porque Deus o criou por amor e, por amor, não cessa de dar-lhe o ser, e o homem só vive plenamente, segundo a verdade, se reconhecer livremente este amor e se entregar ao seu criador”[3].

O amor que o homem recebe de Deus, deve ser retribuído também em forma de amor, para consigo mesmo e para com Ele, através dos atos de caridade praticados ao próximo,  “pois é a partir da grandeza e da beleza das criaturas que, por analogia, se conhece o seu autor” (Sb 13, 5).

Frutos da caridade


A falta de amor para consigo mesmo e para com os outros, nos torna orgulhosos, soberbos, e assim acabamos julgando os outros por defeitos que não são deles, mas nossos[4]. A caridade nos ajuda a ter ciência de nossos defeitos e a respeitar o próximo.

Todas a obras traduzidas pelo amor, gerem em nós a alegria, a confiança, a paz, a misericórdia... além de nos aproximarem mais de Deus. Quanto mais amamos, mais próximos de estamos de Deus e mais amados por Ele somos.

Conclusão


A caridade, como sendo a virtude principal, a que nos aproxima de Deus e ajuda em nosso auto-conhecimento, deve ser praticada sempre e em todo lugar, pois somente assim a “criatura nova” (Ef 4, 24) irá se configurar[5] à “imagem de quem o criou” (Col 3, 10).




[1] CIC 1804
[2] Pe. Vitório Lucchesi, Bem-aventurados os Puros de Coração, p. 3
[3] Gaudium et Spes, 19, 1
[4] Francisco Faus, O Homem Bondoso, p. 30
[5] Francisco Faus, O Homem Bondoso, p. 21
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