09 outubro, 2020

Católico pode fazer avatar no Facebook ou é coisa do diabo?




Parece até regra: sempre que uma nova modinha deslancha (sobretudo nas redes sociais),chega acompanhada de uma boa dose de polêmica, não é mesmo? E a bola da vez é o tal "avatar", no Facebook.

O que se diz é que quem adere a essa nova moda lançada pelo Facebook com o avatar está consagrando sua vida ao demônio e, para embasar isso, utilizam a descrição que está do primeiro resultado da pesquisa lançada no Google.


Ao fazer a pesquisa pelo termo "avatar", o primeiro link é o da famosa enciclopédia virtual 'Wikipédia', que diz: "é uma manifestação corporal de um ser imortal segundo a religião hindu, por vezes até do Ser Supremo. Deriva do sânscrito Avatāra, que significa "descida", normalmente denotando uma das encarnações de Vishnu (tais como Krishna), que muitos hinduístas reverenciam como divindade".

O caso é que o substantivo masculino singular "avatar" tem vários significados e precisa ser desambiguado, tanto que o próprio site 'Wikipédia' tem uma nota de desambiguação do termo.

Ainda nesse site, após clicar na nota, o leitor consegue uma lista com oito desambiguações para o termo, dentre as quais aquela que se aplica ao caso do Facebook (e vários outros): "representação gráfica de um utilizar em realidade virtual".

Em dicionários também é possível ver que existe o significado para o termo aplicado ao sentido religioso e aos ambientes digitais (informática/internet/jogos).
Um canal no YouTube publicou um vídeo com o título tendencioso: "Monsenhor Jonas Abib sobre o avatar do Facebook". Trata-se de uma formação antiga feita Mons. Jonas. Nele o sacerdote fala duas vezes o substantivo "avatar", porém aplicado à religião.

O título do vídeo publicado pelo canal é tendencioso por: 1) alegar que o Mons. Jonas falava especificamente sobre o avatar do Facebook, algo mentiroso, visto que o sacerdote aplicou o termo ao sentido religioso; 2) não citar a fonte, data da gravação, do que se tratava a palestra para que se possa saber o contexto da formação; 3) desconsiderar o fato de que, por exemplo, quando você monta um personagem para jogar um jogo, aquilo é considerado avatar, desenhos que te represente em um perfil é um avatar; 4) não explica que o termo é ambíguo e trabalha com apenas um significado.

Conhecido por seu apostolado nas redes sociais, Padre José Eduardo de Oliveira, da Diocese de Osasco (SP), publicou um artigo em seu perfil no Facebook onde responde se avatar é coisa do diabo.

No texto, o sacerdote afirma que "a falta de cultura, infelizmente, é campo para o surgimento espontâneo de lendas, muitas das quais se associam a demonologias populares, temperadas ao sabor dos puritanismos em voga".

Posto de lado o sentido religioso, Pe. José Eduardo explica de forma semelhante ao já apresentado aqui neste artigo.

"Crenças à parte, no mundo virtual, sobretudo nos jogos de imersão, a palavra 'avatar' assumiu outro significado (com certa relação com o primeiro): quando uma pessoa joga, ela assume outra identidade representativa no contexto do jogo e, neste sentido, um 'avatar'", escreveu.

Para concluir esse texto (que já está longo), vamos citar o final do artigo do Pe. José Eduardo sobre a modinha do avatar.

"Acho que precisamos ter equilíbrio para não cairmos em descrédito diante do mundo. Caso contrário, reduziremos nossa fé ao nível dessas superstições da ignorância e aviltaremos totalmente a sua preciosidade".
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1 comentários:

  1. Gente!!! Não tava sabendo dessa treta!
    Que bom que você está atento e disposto a ajudar e tirar as caraminholas da caneça das pessoas

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